Pronto, está resolvido, é isso! Acabou o texto, hahahaha… Mas como eu cheguei a essa conclusão? Bem, eu estava aqui lendo o início do livro “O caminho do artista” e isso me veio. Não como uma coisa milagrosa, mas como um milagre assim mesmo.

Já faz muitos dias que ando pensando nisso, em editar meus textos e colocar neles
meu próprio nome, em escrever como eu mesmo no blog, em ser eu mesmo. Se eu
quero ter algum tipo de notoriedade, se eu quero ser famoso, como sempre quis,
então eu preciso ser eu mesmo.

Do que é que eu tenho tanto medo? De ser criticado? De ser apontado? De ser
considerado pervertido por escrever contos eróticos?

Ora, mas que merda é esta?!

Eu gosto de escrever contos eróticos, não gosto? Eu gosto de falar de sexo ou não?
E por que eu gosto tanto disso? Será que é por ter sido um tabu tão grande lá em
casa? Será por que por tudo minha mãe mandava um tapa? Ou um “deixe de ser
enxerido, menino!”

Essa última frase eu ouvia de muito mais gente do que apenas minha mãe. Todos os
mais velhos tratavam o sexo como um grande mistério, uma coisa preciosa que
jamais em hipótese alguma devia ser mencionado perante uma criança.
Será que eu entendo os motivos dessas pessoas?

Motivação e resultados:

O motivo é que todas essas pessoas foram tratadas desse mesmo modo. Se na
minha geração, que viveu e cresceu no desbunde dos anos oitenta e noventa,
naquela liberdade toda, de ver mulher nua e sexo à vontade na televisão, nós não
tivemos qualquer tipo de educação sexual, imagine o que era nos anos anteriores.

Nos anos noventa eu via a deliciosa bunda de Humberto Martins na novela das oito,
que na época ainda era mesmo exibida às 20h, na novela “Pedra sobre pedra”.
Quantas vezes larguei o trabalho da padaria no meio para ir ligar a tevê e ver o
gostosão nadar na cachoeira.

Sim, senhoras e senhores. Outra bunda maravilhosa que vi, esta não na televisão,
mas no cinema, foi a de Kevin Costner, em “Robin Hood, o príncipe dos ladrões”.
Esta segunda eu vi na casa do Marcos, num filme alugado em finado videocassete,
que eu devo ter estragado nessa parte de tanto que voltei a fita.

Até hoje tenho esse hábito de voltar a fita quando uma coisa mais interessante
aparece. Foi assim que vi várias vezes os paus de Jack e Enis Delmar, em
“Brokeback Mountain”, naquela cena em que os dois pulam juntos do penhasco no
lago abaixo.

Fiz isso também com “God’s own country”, na cena em que os dois aparecem
abraçados depois do sexo, sentados, Gheorghe Ionescu entre as pernas de Johnny
Saxby, com o pau à mostra. Uma cena linda, não tão sexual, mas que eu trato de
sexualizar, porque sou desses.

Pois é, gente. É disso que eu gosto de falar, é sobre isso que gosto de escrever,
então vamos deixar de conversa e escrever de uma vez, por favor?
Do que eu tenho medo?

Estou no modo “e se”, como já falei ontem. Fico pensando no que aconteceria se eu
resolvesse voltar a estudar para a magistratura e os santos e idosos
desembargadores do TJ/SP descobrissem que eu escrevo putaria na Internet. Que
maravilha!

Mas eu não vou mais estudar para a magis, certo? Não é essa a resolução que
tomei? Não é o que decidi?

Agora que não preciso mais me preocupar com dinheiro, agora que não preciso
mais me preocupar com o quanto ganharei para sobreviver, eu decidi que posso me
dedicar outra vez aos meus sonhos.

Ótimo, então o modo sonhador está outra vez on e turbo. Esta será minha vida a
partir de agora.

O modo escritor, artista, e um artista privilegiado, que não precisa se esforçar para
comer, que não precisa se preocupar se amanhã haverá dinheiro para comprar seu
arroz integral.

E mesmo assim eu vou ganhar dinheiro, certo? Sim, vou ganhar dinheiro também,
não é somente ser um artista da fome, pois não preciso ser desses. Eu sou apenas
um artista que trabalha em outra coisa para sobreviver.

Será que isso tem a ver com inteligência ou com ansiedade? O que me move mais,
minha inteligência, que sabe que não dá para ser artista com fome, ou minha
ansiedade, que não suporta a ideia de passar fome, de não ter o sustento, de não
ter amanhã com o que viver, uns trapos para cobrir o corpo ou um teto sobre a
cabeça?

Não preciso me preocupar mais com nada disso. Vamos entender e intuir e
compreender e botar de uma vez na cabeça que a faculdade de direito e o concurso
público foram uma elipse na minha carreira, pois eu sempre fui artista.

Estou escrevendo, aleatória mas continuamente, desde 2009?
Desde que escrevi os primeiros textos no gabinete da Dra Marcela, entre uma
minuta de parecer e outra. Aqueles primeiros textos, em que eu parodiava
Machadão, o grande Machado (Machadão e grande Machado são a mesma coisa,
correto? Cometi um pleonasmo? Quem se importa?), o grande instrutor de todos os
escritores diletantes deste mundo, pelo menos em língua portuguesa.

Um dia vou escrever como Machadão? Hahahahahah… Machadão só existe um. Ele
é inigualável e inimitável. Um dia, se tudo der certo, vou escrever como Astrogildo
Cândido, o escritor de Areia do Séc. XXI. Somente isso.

Não preciso ser Machado de Assis. Ninguém precisa.

E além do mais eu estou mais para Nelson Rodrigues, caso se analise minha bela
cabeça cheia de putarias. Eu adoro putaria, adoro pornografia, sempre gostei.
Vamos admitir isso de uma vez e seguir em frente. E vamos pagar o preço dessa
característica.

Esse sou eu, escrevendo, isto é, tentando escrever de uma forma melhor, mais
literária, mas ainda putaria. Como eu sempre digo, boceta é boceta, pau é pau e cu
é cu. Vamos dar às coisas os nomes que elas têm, não é Maria Adelaide Amaral?
Eu posso inclusive fazer um vídeo no Youtube mostrando que sou esse cara que
escreve e não o narrador, nem quem vive as histórias.

Um é o escritor, que deixa fluir através de seus dedos o texto que os outros, o
narrador, que é outra pessoa, conta e os personagens, que também são outras
pessoas, vivem.

Eu sou apenas instrumento. Eu sou apenas instrumento, repito; um instrumento que
pode escrever sobre qualquer coisa.

Que porra de medo é este de mostrar a cara? Eu tenho isso desde que escrevi
aqueles primeiros textos em um diário, aos quinze anos, e escondi-os numa garrafa
dentro da plantação de agave de meu avô, com medo de que alguém os
encontrasse e descobrisse que eu era veado.

Hoje isso não tem mais sentido de ser, porque sou um homem adulto e mais velho,
que se sustenta e não precisa dar satisfações de sua vida a ninguém.

Quer textos mais hard? Então me procure no Onlyfans. Tenha em mente que aquele
não sou eu, que aquela é só uma forma que eu tenho de me expressar.

Não preciso me esconder.

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